sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Asas para uma dama-de-honra

Foto: Marina Favato

Para o casamento do meu irmão, minha cunhada Priscila escolheu duas daminhas, Letícia, 6 anos, prima do noivo, e Hanna, 2 anos, sobrinha do noivo. A roupinha das meninas seria confeccionada pela minha mãe, e a cor escolhida pela noiva era o lilás. Hanna entraria ao lado de seu irmão Estêvão, 5 anos, pajem e porta-aliança. E Letícia? Priscila desde o começo quis que Letícia entrasse jogando pétalas, e com asas de borboleta. Asas de borboleta? Sim, asas de borboleta.Que desafio! Onde conseguríamos essas asas? Como fazer? Uma coisa de cada vez.
Fiz uma pesquisa na internet, e encontrei algumas fotos de floristas "aladas", e vi que em geral as asas eram feitas de tecido de meia-fina. Por sorte, encontrei asas brancas de meia-calça em uma loja de fantasia pertinho de onde trabalho. Por R$29,00 adquiri o que considerei uma parte de uma fantasia de carnaval: uma asa de meia branca com marabus, cola-glitter e muita purpurina prateada. Ok, por enquanto vai servir, a gente faz alguma coisa com ela.E lá fui eu trabalhar nas asas e deixá-las apropriadas para um casamento, sem qualquer ar de matinê de carnaval.Comecei tirando a purpurina e a cola-glitter. Usei o lado amarelo de uma esponja limpa, molhado com água, com cuidado pra meia não desfiar. Sucesso! Saiu quase tudo! Só ficou um rastro da cola, mas quase imperceptível. Cortei os marabus e arranquei todo o resto de cola-quente que ficara.Usei rolotê de cetim branco para imitar nervuras de asa de borboleta, e também botões de pérola e perolinhas pra bordado. Os botões tive que colocar nos locais onde havia resíduo de cola, e escondeu bem. Pra colar, usei uma cola-quente de ponta bem fina e precisa, pois não podia arriscar cair cola na meia.Para os vestidos das meninas, tinha feito flores de organza e cetim com pequenas pérolas no centro, que seriam colocadas na faixa da cintura. (Segredo: a parte de cetim das flores eram pétalas retiradas de forminhas de bombons de um casamento que fui 1 mês antes. Acho que sou uma das poucas pessoas que prefere encher a bolsa de forminhas, e deixar os bombons). Fiz então uma flor maior, e usamos para arrematar as asas, e ainda para tampar os enormes botões de pressão que uniam a asa ao vestido.No final, todos gostamos do resultado. Até a Hanna queria vestir "a borboletinha", grande demais pra ela.

Fotos: arquivo pessoal

Para as pétalas da florista alada, de início pensamos em uma cestinha.
Certo dia, na casa de meus sogros, avistei na estante uma cestinha lilás. Era a cesta em que vieram as lembranças de maternidade de minha sobrinha Karen. Meus olhos brilharam, a cesta era lilás, e do tamanho exato! Peguei emprestado já pensando em enfeitar. E enfeitei. Usei fita de organza com nervuras de botões de rosa comprada pronta e fita de organza com ondinhas pra circundar a cesta. Nas abas, colei borboletinhas que encontrei no setor de decoração da Leroy Merlin. Na embalagem dizia que eram pingentes de cortina. Pra mim eram claramente enfeites de cesta de florista-borboleta. Até tentei remover o glitter dessas asinhas também, mas dessa vez não saiu quase nada. Deixei assim mesmo.

Fotos: arquivo pessoal

Acessórios prontos, roupinhas quase prontas, era só esperar o dia. Hanna não podia ver os vestidinhos que queria provar: "qué pô ropa do casamento", ela pedia com a carinha mais fofa. Aproveitou todas as provas. Em uma das provas, ela usou um buquezinho que comprei pra decoração do chá de panela e gostou tanto que no dia do casamento a Priscila mandou fazer um só pra ela. (Dica: para crianças muito pequenas, é essencial que elas entrem segurando algo, pra evitar que coloquem a mão no rosto, na boa, e para que possam se concentram melhor)

Foto: arquivo pessoal

Minha irmã se encarregou de fazer as flores do cabelinho das meninas. Com o cetim dos vestidos, ela fez florzinhas de fuxico com miolo de pérola. Para Letícia, as flores eram avulsas, para Hanna, ela as costurou em uma tiara.

Foto: arquivo pessoal

Nem preciso dizer que os vestidos, em tons distintos de lilás e de tule, ficaram lindos, e que minha mãe é uma artista. Minha mãe não costura pra fora, aprendeu a costurar vestidos para mim e minha irmã desde que éramos bebês. Hoje ela só costura para as netas, mas ainda mantém todo o jeito e capricho.

Foto: arquivo pessoal

O resultado disso tudo foram daminhas lindas e muito bem vestidas! Tudo bem que a Letícia ficou mais conhecida como fadinha do que como borboleta, mas no fim acho que mesmo assim conseguimos realizar o sonho da noiva!

Fotos: Marina Favato

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Lembrancinha de Chá de Panela – Bolo Colchão de Noiva (na Marmitinha!)

O Bolo Colchão de Noiva é uma receita que está na família há algum tempo. Lembro de comer esse bolo na casa da vovó Dide, na casa da minha tia Joiri, e na casa de meus pais desde que consigo me recordar. Lembro até que esse bolo já foi servido embalado em papel alumínio em nossos aniversários de criança, bem à la anos 80. Naquela época, ou se fazia uma festa simples, e aí o bolo era de chocolate com granulado por cima e confeito de confete, e as garrafas de refrigerante de vidro faziam parte da decoração da mesa, ou se fazia uma festa mais carinha, com enfeites enormes alugados em casas de festas especializadas. Normalmente os pais alternavam os anos de festas simples com anos de festas temáticas, dependendo do número de filhos e do plano econômico da vez. Nas festas mais elaboradas, com enfeites alugados, não tinha espaço pra mesa de bolo, e os enfeites já vinham com um receptáculo vazio com tampa no meio dos bonecos, pra guardar pedaços de bolo pronto a serem entregues depois do parabéns. E era aí que entrava o Bolo Colchão de Noiva, já que o bolo de chocolate com cobertura de granulado era pras festas dos outros anos, um bolo de coco era perfeito pra ser embaladinho e distribuído. Mas lembro que mesmo com o alçapão, minha mãe preferia guardar esse bolo na geladeira até a hora de distribuir pra criançada, pois ele é muito mais gostoso geladinho. Fazia muito sucesso.

A idéia de servir Bolo Colchão de Noiva no chá de panela da minha cunhada surgiu "do nada", e nem sei de quem foi. Estávamos conversando eu, minha mãe e minha irmã, e contei qsobre a idéia das marmitinhas pra dar de lembrancinha, mas não sabia o que colocar dentro. Minha mãe sugeriu docinhos, minha irmã sugeriu uma fatia de bolo. Gostamos da idéia do bolo, e lembramos do Colchão de Noiva, que tem a ver com o tema do chá, mas estava há algum tempo esquecido. Minha mãe teve então a idéia de assar o bolo direto no marmitex, já que era de papel alumínio grosso, e de dar de lembrancinha também a receita do bolo. De cara, já gostei demais.

Alguns dias antes deixei pronta a arte das embalagens: na tampa, o mesmo tema do convite, com um cartãozinho anexo contendo a receita do bolo.

Um dia antes do chá, compramos os ingredientes e colocamos a mão na massa.

Ao todo, fizemos 1 receita e ½, e renderam 28 marmitinhas. Mas por serem porções individualizadas, tivemos que dobrar a calda e o coco ralado.

Cada fornada saía de um jeito, e até na mesma fornada os bolos se diferenciavam: uns mais douradinhos, outros mais clarinhos; Tivemos 2 baixas, usadas pra testes, mas ao final todas as demais foram aprovadas.


Só lembrei de fotografar o passo a passo quando já tinha assado grande parte da receita, mas pelo menos não faltaram fotos dos marmitex prontos pra receber a calda, uma foto em que eu apareço, e fotos deles prontos!



A receita é fácil, e não posso deixar de colocar aqui!


Bolo Colchão de Noiva


- 6 ovos

- 3 xícaras de açúcar

- 3 xícaras de farinha de trigo

- 1 xícara de leite fervendo

- 1 colher de fermento em pó


Bater as claras em neve; juntar as gemas, o açúcar, a farinha, o fermento e por último o leite fervendo. Untar uma forma com manteiga e farinha e assar o bolo em forno pré-aquecido a 200º C. Quando o bolo começar a subir, abaixar para 180ºC.


Calda

- 1 lata de leite condensado

- 1 lata de leite

- 1 garrafinha de leite de coco

- 1 pacote de coco ralado


Furar a superfície do bolo ainda quente com um garfo. Mexer bem os ingredientes e regar o bolo fartamente com a mistura. Para finalizar, cobrir a superfície com coco ralado hidratado em um pouco de água.


Uma vez prontos, fechamos as marmitinhas, amarramos o cartãozinho com a receita e um coração de tecido, e deixamos na geladeira até a hora de decorar o chá. No salão, coloquei- as marmitinhas empilhadas em uma mesa, à vista dos convidados, ora fazer parte da decoração. Entregava em mãos para quem se despedia ao final.