terça-feira, 5 de outubro de 2010

Mania de levar flor pra casa



Tenho mania de levar flor pra casa depois das festas. Normalmente sou uma das últimas convidadas a ir embora. Além de gostar das festas em si, gosto de prestigiar o trabalho e a dedicação dos noivos, aniversariantes, homenageados em chás, ou quem quer que esteja festejando. Quem já casou ou tem o costume de fazer festas sabe como é chato aquele convidado que vai embora antes do parabéns, ou antes da mesa de doces ser inaugurada. A gente organiza tudo com tanto carinho, tanto planejamento (tanto dinheiro!), e a pessoa vai embora na metade da festa, às vezes com uma desculpa pra lá de não justificável. Sim, sei que tem o outro lado também, que nem todo mundo tem todo o tempo do mundo pra curtir uma festa até o fim, mas que isso chateia, chateia.Mas uma das vantagens de ir por último é poder levar uma ou outra florzinha. Bombom e bem casado todo mundo leva, mas levar flores da decoração ainda é tabu! rs... Talvez porque lembre aquelas tias da infância que desde o começo da festa já arredavam o vasinho de violetinha pra perto delas, e ai de quem botar o olho. Mas hoje, uma florzinha ou outra no final da festa dá pra pegar sem fazer feio.A primeira flor que levei pra casa foi dada por meu marido, então namorado, em uma festa de formatura. Cheguei em casa, coloquei na água, e curti a flor durante a semana. Aí virou tradição do meu marido me presentear com uma flor no fim de cada festa de formatura ou casamento.
Mas no casamento de uma amiga, extrapolei. Toda a decoração era de copos de leite, e bem no finzinho da festa, estávamos eu e minha mãe conversando com a mãe da noiva enquanto meu marido buscava o carro, e elogiei os copos de leite da festa. Eu já estava com um na mão (presente do marido!), e ela falou pra eu levar mais. Eu falei que não, e ela já foi pegando um monte de copo de leite e me dando. Não tive como recusar. Dei uma enxugada nos talos com um guardanapo, ajeitei-os em ramalhete e fomos embora.
A festa era na Pampulha, e avistei meu marido no carro do outro lado da rua que margeia a Lagoa, mas vinham muitos carros e tivemos que esperar pra atravessar. Aí eis que passa um carro cheio de rapazes, o motorista reduz a velocidade e grita: "- Pegou o buquê hein, danadinha!". Minha mãe caiu na gargalhada, e eu também. Olhamos pra minha mão, e era realmente um buquê de noiva, e em estilo braçada! E rimos mais ainda. Meu marido achou estranho nós duas rindo de gracejos masculinos, mas não tivemos como evitar.
Então essa foi a história em que, na minha mania de levar flor pra casa, fui confundida com a solteira sortuda que pegou o buquê e será a próxima a casar.
Nas festas aqui em casa não é diferente. Distribuo flor pra quem quiser, insistindo sempre, pois as pessoas tem vergonha de aceitar. O que sobra, levo pra casa e faço pequenos ou grandes arranjinhos.


Esse lírio rosa peguei no casamento de uma amiga. Após alguns dias, uma grata surpresa: o lírio que estava em botão abriu e ficou mais belo ainda do que o outro. As rosas vermelhas peguei no casamento de um primo.
A foto que ilustra o tópico é dos arranjinhos que fiz com as flores que sobraram do Chá de Panela da minha cunhada, rosas avant garde e lisianthus. As alstromélias, que eram muitas, foram colocadas em um jarro só.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Asas para uma dama-de-honra

Foto: Marina Favato

Para o casamento do meu irmão, minha cunhada Priscila escolheu duas daminhas, Letícia, 6 anos, prima do noivo, e Hanna, 2 anos, sobrinha do noivo. A roupinha das meninas seria confeccionada pela minha mãe, e a cor escolhida pela noiva era o lilás. Hanna entraria ao lado de seu irmão Estêvão, 5 anos, pajem e porta-aliança. E Letícia? Priscila desde o começo quis que Letícia entrasse jogando pétalas, e com asas de borboleta. Asas de borboleta? Sim, asas de borboleta.Que desafio! Onde conseguríamos essas asas? Como fazer? Uma coisa de cada vez.
Fiz uma pesquisa na internet, e encontrei algumas fotos de floristas "aladas", e vi que em geral as asas eram feitas de tecido de meia-fina. Por sorte, encontrei asas brancas de meia-calça em uma loja de fantasia pertinho de onde trabalho. Por R$29,00 adquiri o que considerei uma parte de uma fantasia de carnaval: uma asa de meia branca com marabus, cola-glitter e muita purpurina prateada. Ok, por enquanto vai servir, a gente faz alguma coisa com ela.E lá fui eu trabalhar nas asas e deixá-las apropriadas para um casamento, sem qualquer ar de matinê de carnaval.Comecei tirando a purpurina e a cola-glitter. Usei o lado amarelo de uma esponja limpa, molhado com água, com cuidado pra meia não desfiar. Sucesso! Saiu quase tudo! Só ficou um rastro da cola, mas quase imperceptível. Cortei os marabus e arranquei todo o resto de cola-quente que ficara.Usei rolotê de cetim branco para imitar nervuras de asa de borboleta, e também botões de pérola e perolinhas pra bordado. Os botões tive que colocar nos locais onde havia resíduo de cola, e escondeu bem. Pra colar, usei uma cola-quente de ponta bem fina e precisa, pois não podia arriscar cair cola na meia.Para os vestidos das meninas, tinha feito flores de organza e cetim com pequenas pérolas no centro, que seriam colocadas na faixa da cintura. (Segredo: a parte de cetim das flores eram pétalas retiradas de forminhas de bombons de um casamento que fui 1 mês antes. Acho que sou uma das poucas pessoas que prefere encher a bolsa de forminhas, e deixar os bombons). Fiz então uma flor maior, e usamos para arrematar as asas, e ainda para tampar os enormes botões de pressão que uniam a asa ao vestido.No final, todos gostamos do resultado. Até a Hanna queria vestir "a borboletinha", grande demais pra ela.

Fotos: arquivo pessoal

Para as pétalas da florista alada, de início pensamos em uma cestinha.
Certo dia, na casa de meus sogros, avistei na estante uma cestinha lilás. Era a cesta em que vieram as lembranças de maternidade de minha sobrinha Karen. Meus olhos brilharam, a cesta era lilás, e do tamanho exato! Peguei emprestado já pensando em enfeitar. E enfeitei. Usei fita de organza com nervuras de botões de rosa comprada pronta e fita de organza com ondinhas pra circundar a cesta. Nas abas, colei borboletinhas que encontrei no setor de decoração da Leroy Merlin. Na embalagem dizia que eram pingentes de cortina. Pra mim eram claramente enfeites de cesta de florista-borboleta. Até tentei remover o glitter dessas asinhas também, mas dessa vez não saiu quase nada. Deixei assim mesmo.

Fotos: arquivo pessoal

Acessórios prontos, roupinhas quase prontas, era só esperar o dia. Hanna não podia ver os vestidinhos que queria provar: "qué pô ropa do casamento", ela pedia com a carinha mais fofa. Aproveitou todas as provas. Em uma das provas, ela usou um buquezinho que comprei pra decoração do chá de panela e gostou tanto que no dia do casamento a Priscila mandou fazer um só pra ela. (Dica: para crianças muito pequenas, é essencial que elas entrem segurando algo, pra evitar que coloquem a mão no rosto, na boa, e para que possam se concentram melhor)

Foto: arquivo pessoal

Minha irmã se encarregou de fazer as flores do cabelinho das meninas. Com o cetim dos vestidos, ela fez florzinhas de fuxico com miolo de pérola. Para Letícia, as flores eram avulsas, para Hanna, ela as costurou em uma tiara.

Foto: arquivo pessoal

Nem preciso dizer que os vestidos, em tons distintos de lilás e de tule, ficaram lindos, e que minha mãe é uma artista. Minha mãe não costura pra fora, aprendeu a costurar vestidos para mim e minha irmã desde que éramos bebês. Hoje ela só costura para as netas, mas ainda mantém todo o jeito e capricho.

Foto: arquivo pessoal

O resultado disso tudo foram daminhas lindas e muito bem vestidas! Tudo bem que a Letícia ficou mais conhecida como fadinha do que como borboleta, mas no fim acho que mesmo assim conseguimos realizar o sonho da noiva!

Fotos: Marina Favato

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Lembrancinha de Chá de Panela – Bolo Colchão de Noiva (na Marmitinha!)

O Bolo Colchão de Noiva é uma receita que está na família há algum tempo. Lembro de comer esse bolo na casa da vovó Dide, na casa da minha tia Joiri, e na casa de meus pais desde que consigo me recordar. Lembro até que esse bolo já foi servido embalado em papel alumínio em nossos aniversários de criança, bem à la anos 80. Naquela época, ou se fazia uma festa simples, e aí o bolo era de chocolate com granulado por cima e confeito de confete, e as garrafas de refrigerante de vidro faziam parte da decoração da mesa, ou se fazia uma festa mais carinha, com enfeites enormes alugados em casas de festas especializadas. Normalmente os pais alternavam os anos de festas simples com anos de festas temáticas, dependendo do número de filhos e do plano econômico da vez. Nas festas mais elaboradas, com enfeites alugados, não tinha espaço pra mesa de bolo, e os enfeites já vinham com um receptáculo vazio com tampa no meio dos bonecos, pra guardar pedaços de bolo pronto a serem entregues depois do parabéns. E era aí que entrava o Bolo Colchão de Noiva, já que o bolo de chocolate com cobertura de granulado era pras festas dos outros anos, um bolo de coco era perfeito pra ser embaladinho e distribuído. Mas lembro que mesmo com o alçapão, minha mãe preferia guardar esse bolo na geladeira até a hora de distribuir pra criançada, pois ele é muito mais gostoso geladinho. Fazia muito sucesso.

A idéia de servir Bolo Colchão de Noiva no chá de panela da minha cunhada surgiu "do nada", e nem sei de quem foi. Estávamos conversando eu, minha mãe e minha irmã, e contei qsobre a idéia das marmitinhas pra dar de lembrancinha, mas não sabia o que colocar dentro. Minha mãe sugeriu docinhos, minha irmã sugeriu uma fatia de bolo. Gostamos da idéia do bolo, e lembramos do Colchão de Noiva, que tem a ver com o tema do chá, mas estava há algum tempo esquecido. Minha mãe teve então a idéia de assar o bolo direto no marmitex, já que era de papel alumínio grosso, e de dar de lembrancinha também a receita do bolo. De cara, já gostei demais.

Alguns dias antes deixei pronta a arte das embalagens: na tampa, o mesmo tema do convite, com um cartãozinho anexo contendo a receita do bolo.

Um dia antes do chá, compramos os ingredientes e colocamos a mão na massa.

Ao todo, fizemos 1 receita e ½, e renderam 28 marmitinhas. Mas por serem porções individualizadas, tivemos que dobrar a calda e o coco ralado.

Cada fornada saía de um jeito, e até na mesma fornada os bolos se diferenciavam: uns mais douradinhos, outros mais clarinhos; Tivemos 2 baixas, usadas pra testes, mas ao final todas as demais foram aprovadas.


Só lembrei de fotografar o passo a passo quando já tinha assado grande parte da receita, mas pelo menos não faltaram fotos dos marmitex prontos pra receber a calda, uma foto em que eu apareço, e fotos deles prontos!



A receita é fácil, e não posso deixar de colocar aqui!


Bolo Colchão de Noiva


- 6 ovos

- 3 xícaras de açúcar

- 3 xícaras de farinha de trigo

- 1 xícara de leite fervendo

- 1 colher de fermento em pó


Bater as claras em neve; juntar as gemas, o açúcar, a farinha, o fermento e por último o leite fervendo. Untar uma forma com manteiga e farinha e assar o bolo em forno pré-aquecido a 200º C. Quando o bolo começar a subir, abaixar para 180ºC.


Calda

- 1 lata de leite condensado

- 1 lata de leite

- 1 garrafinha de leite de coco

- 1 pacote de coco ralado


Furar a superfície do bolo ainda quente com um garfo. Mexer bem os ingredientes e regar o bolo fartamente com a mistura. Para finalizar, cobrir a superfície com coco ralado hidratado em um pouco de água.


Uma vez prontos, fechamos as marmitinhas, amarramos o cartãozinho com a receita e um coração de tecido, e deixamos na geladeira até a hora de decorar o chá. No salão, coloquei- as marmitinhas empilhadas em uma mesa, à vista dos convidados, ora fazer parte da decoração. Entregava em mãos para quem se despedia ao final.



quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Organizando um Chá de Panela - Chá da Priscila

A Priscila é minha cunhada, noiva de meu irmão. Ela adora a cor lilás, e não tive dúvida na hora de montar a decoração do seu chá de panela: muito lilás com estampas delicadas.

Comprei em uma loja de artesanato 2 m de tecido cuja estampa lembra um patchwork, algumas partes são florzinhas, outras listras, e xadrez, mas em todas as estampas a predominância é do lilás. Foi nesse tecido que me inspirei para criar a arte do convite. Para os arremates, em vez de fita de cetim, comprei 5 m de viés lilás com poás em branco. Gostei muito de trabalhar com viés, é firme, não é elástico e não desfia.

As flores e o tecido foram alguns dos itens de decoração que precisei comprar, mas muita coisa fiz com o que tinha em casa e na casa de minha mãe. É claro que sou um pouco atípica, pois tenho muita coisa em casa, (latas, garrafinhas, tecidos, embalagens, utensílios, enfeites, aviamentos) e minha mãe também, e isso sempre permite que a imaginação vá mais longe.

Mas vamos às novas idéias, começando pela mesa de doces, que sempre é a atração da festa! Fiz um composê de toalhas, uma branca minha com uma das que aluguel, lilás com corações brancos.

Os suportes de doces da mesa central de madeira são velhos de guerra aqui no blog. Já apareceram tanto que nem vou linkar! Mas eles ganharam cara nova com as idéias novas. Em 2 deles, as extremidades foram enfeitadas com bordado inglês (tinha uma peça de 10 m em casa, guardada dos vestidinhos) e fita de viés. Colei com um pinguinho de cola quente em cada 180º, pra não danificar a pintura e nem os tecidos (viva o uso e re-uso!). Na peça do meio, usei um franzido de tule que a última pessoa que pegou emprestado os suportes fez (me devolveu os suportes repintados de branco e com muito tule franzido, ótimo gosto!), e arrematei com tiras do tecido-tema do chá. Dessa vez variei os suportes. Em vez de latas, usei 6 embalagenes de Cappuccino 3 Corações que juntaram pra mim no trabalho. É só tirar o rótulo e esconder a tampa que lembram bastante peças torneadas de madeira. Enchi com água e consegui a firmeza necessária para empilhar os suportes.


As garrafinhas da decoração são as de refrigerante que tenho desde o meu chá. Rótulo novo, enfeite novo!

Alguns dias antes do chá, avistei na cristaleira da minha mãe um jogo de xícaras gigantes que ela tem faz um tempão. Parece as xícaras usadas no Central Perk. Peguei logo uma caixa e confisquei-as para usar no chá.

E as flores? Um dia antes do chá fui à Feira das Flores do colégio Arnaldo e com R$40,00 fiz a festa. Comprei 6 rosas avant gard (rosa lilás, uma das mais belas rosas), 3 molhos de alstromélias roxas e 5 buquezinhos de lisianthus rosas. Esses buquezinhos foram um achado. A florista deixa-os prontos, 12 lisianthus amarradinhos com gominhas, dentro de pequenos tubos de plástico com água, e por R$2,00 você já leva o buquezinho pronto dentro do tubo. Ia comprar só flores lilás, mas pensei que seria bom ter flores rosas, pra alegrar mais o ambiente.


Nas mesas dos convidados, deixei as rosas avant garde para os centros de mesa de agrrafinhas e os buquezinhos de lisianthus para os de xícara, alternei as mesas com um e outro, e o restante dos vasos levaram as alstromélias.

Em cada lugar coloquei doilies de papel rendado e porta guardanapos feitos com rigatone (macarrão redondo grande) e fitilho lilás. Infelizmente, eles não são à prova de vento e não duraram muito, mas para um local todo fechado, imperdíveis!


Para a mesas de comes, usei um jogo de garrafinhas decorativas que herdei da minha avó, essas não precisaram de enfeite nenhum, só flores mesmo. Coloquei as alstromélias com caules cortados bem longos e alinhados.

Na mesa de petit-fours, usei 2 garrafinhas de leite de coco com rótulo de tecido. Coloquei biscoitinhos em uma bomboniere e cobri com um cobre-jarras que imita um vestidinho de noiva (a “saia” do cobre-jarras, com as contas comprei pronta, mas não resisti e fiz um corpetinho com decote ombro-a-ombro pra ele!). Coloquei mais alguns biscoitinhos em gamelinhas de estanho que comprei em Tiradentes e nunca tinha usado. Completei a mesa com uma boleira de pedestal que ganhei de casamento e adoro e alguns guardanapos iguais aos dos convidados.

Os doces têm uma história à parte. em vez de bombons, escolhi servir mini-tortas, estilo tarteletes, e brigadeiro de colher de forma não convencional. Fiz miniaturas da torta trufada de maracujá que fiz pro meu aniversário, miniatura da torta de limão da minha mãe e miniatura da torta de chocolate com café (em vez do coração, usei um stencil pra decorar o topo) e de uma torta de morango que inventei porque acabou o recheio de limão e sobrou massa de tartelete. A vantagem é que as massas podem ser feitas e assadas com antecedência, colocando-se o recheio no dia anterior. Por sorte, encontrei forminhas iguais à estampa das toalhas de mesa, e algumas em rosa. O brigadeiro de colher minha mãe fez e colocou nas mini-formas de pudim que tenho a algum tempo e nunca tinha usado. Os doces agradaram bastante, e acabaram em um instante. Isso foi bom, porque , ao contrário de bombons, definitivamente não dá pra carregar tartelettes na bolsa ou levar pra casa!

As brincadeiras foram o Bingo de Casamento, cantado pela noiva, com uma única ganhadora de cartela cheia, e a tradicional adivinhação dos presentes.


De lembrancinha, eu e minha mãe fizemos bolo Colchão de Noiva em marmitinhas. Na tampa, usei a mesma arte dos convites. Mas essas lembranças merecem um post à parte...




Não podia faltar uma foto com a noiva, mesmo que
tirada algum tempo antes!